quinta-feira, outubro 28, 2004

Ai a quinta...

Andava eu muito sossegado a fazer zapping quando, perdendo-me no interessantíssimo episódio da Quinta das celebridades, ouvi o senhor José Castelo Branco dizer, a propósito de uma piada de um outro concorrente, que nunca na vida ele tinha sido lambe-botas, que podiam chamar-lhe tudo menos lambe-botas. Eu até acredito. E, muito sinceramente, apesar de ter feito enormes esforços nesse sentido, não consigo imaginar que outras coisas possa ele ter lambido...

domingo, outubro 17, 2004

O que é que estão a insinuar?

Gostava muito de saber qual é a intenção daqueles “mails” que todos recebemos (não sabemos muito bem de quem) cujo título é um inocente “Enlarge your penis”. Sem querer mencionar o conteúdo dos referidos “mails”, por ser para a discussão pouco interessante saber qual a melhor técnica para tal efeito, queria aqui entender uma coisa: o que é que estão a insinuar? Outra coisa que me deixou curioso foi: será que os homens de cor também recebem destes “mails”?

quarta-feira, outubro 13, 2004

Coca-cola

Por falar em anúncios, o actual director de marketing da Coca-cola não será gay? É que, de algum tempo para cá, os anúncios da Coca-cola estão cada vez mais pirosos, cada vez mais parecidos com os anúncios de pensos higiénicos. Que se passa? A Coca-cola costumava ter grandes anúncios, grandes produções. Agora até monhés já põem em anúncios. Qualquer dia mudam as cores oficiais de vermelho para rosa choc...

Velhas

Gostava de levantar algumas questões de elevado grau de importância. Primeiro, por que é que as velhas têm a mania que, mesmo depois de passado o prazo de validade delas, ainda podem dar opiniões sobre o que se passa no mundo? Uma das coisas mais irritantes que existe é, para além dos anúncios a pensos higiénicos, duas velhas a falarem seriamente sobre a subida do preço do petróleo. Saberão, porventura, pelo menos, o que é o petróleo? Com sorte acabam a discussão com a frase: “Pois é, isto anda tão mal que qualquer dia não há dinheiro para comprarmos petróleo e morremos à sede.” E por que é que, mesmo que estejam a falar de couve-flor e alho-porro, acabam sempre por meter Deus ao barulho? É que é sempre! Se não é “Deus nos dê saúde”, é “Deus escreve direito por linhas tortas” ou “Deus nos proteja” ou “Deus lá sabe”. Deixem lá o homem em paz. Ele já deve estar farto de saber que dá saúde e que escreve direito por linhas tortas, mas elas insistem em dizê-lo. Será que pensam que Deus é surdo? E depois benzem-se, que é outra das coisas que mais enerva. Que é aquela merda? Por acaso são jogadores de futebol brasileiros a celebrar um golo? Não podem ver nada que querem logo igual. Igualmente irritante é ouvir as mesmas senhoras a falar ao telemóvel. Por que será que as pessoas mais velhas falam ao telemóvel sempre aos gritos? Será que pensam que, se gritarem, a mensagem chega ao outro lado mais rápido? E a deslocarem-se em locais públicos? Já vi caracóis que, mesmo com dez quilos às costas, eram mais velozes. Sabe Deus os malabarismos que é preciso fazer para se ultrapassar uma velha sem a mandar ao chão num dia de saldos na Baixa. A minha pergunta agora é: será que demora muito para estas pessoas começarem a fossilizar? Já morriam! E com tudo isto, ainda há aí um bando de cínicos que não quer legalizar a eutanásia...

Que ser abjecto!!!

A larva da mosca é, na minha inexperiente opinião, um ser interessante. Admito que as pessoas achem que é pouco higiénica, demasiado viscosa ou até, inexplicavelmente, repugnante. Mas pelo menos não é tão repugnante quanto certas pessoas. É? Mas é definitivamente menos repugnante que um “marchant d’art” (Para quem não sabe o que é um “marchant d’art”, é aquela profissão em que se passa vinte e quatro horas por dia a coçar os tomates e a grunhir pensando que se é importante.). Para ser sincero eu acho a larva um bicho bem querido. Tem a grande virtude de não dizer, a cada minuto que passa, quantidades industriais de merda. Tem, depois, outro talento que, no complicado mundo das larvas, é muito útil que é a alfabetização: poucas são as larvas que, actualmente, não sabem conjugar um verbo. A larva é ainda dos seres mais heterossexuais que existe: pelo menos nunca vi nenhuma com cuecas de fio dental da Chanel ou a saltar, pé ante pé, de pedrinha em pedrinha, para ir à casa de banho sem se sujar de terra. E depois, tem um grande futuro à sua frente: a vida de mosca, vida essa que, apesar de tudo o que se possa pensar, não é uma vida de merda...

domingo, outubro 10, 2004

De que é que estavam à espera?

Tenho ouvido todo o tipo de queixas acerca da “Quinta das Celebridades”: que é isto; que é aquilo... Enfim, o que é que estavam à espera de um programa em que os seres mais inteligentes são considerados animais irracionais? Queriam ver o burro declamar Fernando Pessoa? Ou a porca a compor Beethoven? Mas o programa tem o seu lado positivo. Eu estou muito contente e infinitamente grato por ter podido assistir à primeira noite dos famosos na casa. O momento alto foi sem dúvida aquele em que se viu, ainda que em tons de verde, o rabo atlético daquele senhor (ou será senhora?), devidamente aquartelado numas cuecas de fio dental que dão à expressão o “último grito” um significado bem literal. Não é oficial, mas correm boatos de que a violência infantil disparou nesse dia e que o consumo de drogas por pessoas de idades compreendidas entre os 60 e os 70 atingiu o máximo histórico. Na minha opinião, não é motivo para suicídio. Quanto muito, uma depressão. Aliás, não consigo entender o porquê dessa perseguição ao referido sujeito. Afinal, o homem (como não há dados concretos sobre o verdadeiro género do espécime em questão, tomo a liberdade de lhe chamar homem, esperando com isso não ofender ninguém) não fez mal a ninguém. Não há provas de que tenha sido ele a principal razão do insucesso escolar na última década, ou o motivo pelo qual metade dos toxicodependentes do nosso país se recusa a largar as drogas. Chega mesmo a ser ultrajante sequer pensar que ele possa ter proferido a frase “As plantas são bonitas, mas as flores também.” Penso, inclusive, que há muito a aprender com ele. Eu, pessoalmente, tenho por ele enorme estima, pelo menos desde que soube que o seu pássaro preferido era a borboleta. Sempre disse que ele ia longe. E hoje é vê-lo aí: trabalhador, respeitado e cheio de mulheres à sua roda. É de fazer inveja ao Zézé Camarinha ou ao Bill Clinton. E mais, ele é homem (pelo menos teoricamente) para dar dois passos, quer dizer, passo e meio sem abanar as ancas. Por isso, para aqueles que o criticam, aqui fica uma breve mensagem em jeito de sentença grega: a inteligência não é tudo na vida; há também a mariquice e a transexualidade. Regressando à inesperada falta de qualidade do programa, penso que ainda não deu tudo o que tem para dar. Acredito até que, lá para a frente, possamos entreter-nos com uma animada disputa entre duas galinhas para ver quem fica com o melhor lugar na capoeira.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Quinta das Celebridades

Fui um dos muitos que assistiu ontem em directo à estreia do novo "reality show" da TVI, "A quinta das celebridades", e devo confessar que fiquei muito chocado: não é que a Cinha Jardim e o José Castelo Branco trocaram dois beijos. Estava preparado para tudo menos para isso. Onde é que vai parar o Jet 7 português se já nem a regra de ouro do beijo único é respeitada? Mas a verdade é que gostei bastante da ideia de ter uma quinta com animais a ordenhar famosos (não será fácil, até porque todos eles já mostraram não ter muito jeito para lidar com porcaria). Há-de ser bem divertido chegar a casa ao fim da tarde, ligar a TV e ver como a porca, de galocha calçada, roncando de desespero, munge a Cinha Jardim que relincha de alegria. Outra coisa que é realmente inovadora no programa é a falta de cultura dos participantes: era coisa em que ainda não tinham pensado e parece-me uma aposta ganhadora. Achava também que tinha sido escolhida uma variedade de animais interessantes, porém isto foi antes de perceber que os novos implantes mamários da Cinha Jardim não eram, respectivamente, um panda gigante e um leão-marinho fêmea em fase de gestação. Há ainda que referir a enérgica apresentação de Júlia Pinheiro (ela que esteve para se chamar Cento e vinte decibéis acima do irritante). A Júlia dá assim continuidade ao sucesso de Teresa Guilherme na TVI (mantendo o nível), que não pode fazer o programa por se temer pela inocência dos bezerros e dos leitões. Destaque, por fim, para a presença de um engenheiro agrónomo: afinal o programa até tem nível...