quinta-feira, setembro 28, 2006

Acho mal

“Então o que achas tu disto da malta que anda a clonar cartões de Multibanco?” – perguntaram-me ontem. “Acho mal. Não tenho a certeza, mas desconfio que quem anda a fazer isto é gente desonesta. Tenho cá para mim que são pessoas que gostam de enganar os outros para proveito próprio. É a sensação que dá.” – disse. Ninguém discordou de mim, o que revela a minha argúcia. Mas, francamente, acho mesmo mal. Acho muito feio fazerem isso às pessoas. Essa gente deveria ser punida. Deveria, sim senhor. Era castigá-los a valer, para aí com dois dias de trabalhos forçados, a contar japoneses nos Jerónimos. “Mas eles ainda nem sequer foram apanhados.” – exclamou alguém, que estivera atento. “Também está mal, isso.” – respondi. Deveriam ser apanhados. “Então e se não chegarem a ser descobertos?” – inquiriram. “É errado! Se fizeram mal, devem ser apanhados.” – continuei, sempre muito seguro das minhas ideias. “Mas isso nem sempre é assim!” – observou o meu interlocutor. “E não acha mal que assim seja?” – perguntei, contra-atacando. “O mundo não é sempre justo!” – afirmou alguém. “Pois não, não é. Mas deveria ser. Acho muito mal que não seja.” – persisti. “Você é um bocado ingénuo, não é?” – questionaram-me. “Sou… E acho isso mal.”

quarta-feira, setembro 27, 2006

Vai uma aposta?

Vai uma aposta em como engano o caríssimo leitor, induzindo-o a pensar que isto é um texto profundo, raiando a discussão filosófica, quando não passa de uma palermice de carácter pueril, nascida de um momento de ócio deste que vos escreve? Vai, vai? Aposto 10 contos de reis! 10 contos de reis e um insulto verbal! Está apostado! Então passa para cá a massa, idiota…

E o meio?

Simpatizo muito com pessoas que votam em colheres de pau nas autárquicas. É gente com categoria, vê-se logo. É preciso dizer, em abono da verdade, que as ideias políticas de uma colher de pau superam claramente as de qualquer reles sandália. E gente com capacidade para perceber isto merece respeito. É verdade que não há muitos que o façam, mas também a inteligência é um bem raro entre nós. Aliás, sempre que assisto a uma notícia sobre a exploração espacial e a procura de vida inteligente extraplanetária, imagino imediatamente o dia em que as manchetes dos jornais de todo o mundo serão algo como “Cientistas anunciam possibilidade de vida inteligente na Terra!”. Há quem diga que vivo de ilusões, mas acredito que um dia isto ainda se concretiza. Outros dirão que sou maluquinho. Estou-me nas tintas: não me preocupa rigorosamente nada que usem essa mariquice dos diminutivos. Enfim, toda esta introdução para quê? Felizmente, se tudo correr bem, para nada. Há muito que desejava escrever um texto com princípio e fim, mas sem meio. E aqui está ele. Deve o leitor presumir, portanto, que perdeu o seu precioso tempo a ler uma introdução e uma conclusão (por sinal estúpidas) e que este texto não possui, na verdadeira acepção da palavra, um assunto? Sim, deve.

terça-feira, setembro 19, 2006

Babel

O homem decidiu desafiar o Deus e construir um edifício de proporções gigantescas, que chegaria e invadiria o reino dos céus. O Deus, travesso como sempre, decidiu minar a obra. E o que fez ele? Contratou um empreiteiro português? Creio que teria sido mais simples, mas talvez não se tivesse divertido tanto. O que o Deus fez foi simples. Estalou os dedos e, de repente, todos os trabalhadores deixaram de se perceber uns aos outros. Do nada, passaram a falar línguas que só eles percebiam. Algo semelhante a isto:

INGLÊS: Hey, bring these bricks, pal!! No! Not the bucket, you idiot!
ITALIANO: Che cosa dici?
INGLÊS: Are you messing with me? Do you know who I am?
ITALIANO: Non comprendo. Io solo parlo italiano.
ESPANHOL: Qué pasa, hombres?
INGLÊS: Damn! Is everyone being stupid or what?
ITALIANO: Perché stai parlando anglese?
INGLÊS (avançando para bater no 2): Let’s see if you speak English or not.
ITALIANO: (fugindo) Che cosa ho fatto, Dio mio?
ESPANHOL: Porqué non hablais vosotros en español?
FRANCÊS: Je parle français, mon amis.
INGLÊS: So, you’re all in this thing together. What do you want? Money?
ALEMÃO: Hallo! Wie geht’s?
FRANCÊS: Je suis trés bien. Et tu?
ALEMÃO: Hallo! Wie geht’s?
INGLÊS: Good Lord, is there anyone sane here?
ALEMÃO: Hallo! Wie geht’s?
INGLÊS: But does anyone here speak English?
PORTUGUÊS: Eu falo!!
INGLÊS: Finally! Can you help me? These sons of a b**** are joking with me!
FRANCÊS: Pardon! Ma mère n’est pas une prostituée!
INGLÊS: Oh, sorry, man! These sons of a b****, but not the frenchie, whose mother is a serious woman.
PORTUGUÊS: O quê? Não percebi nada! Não podes falar em português?
INGLÊS: But you told me before you speak English!
PORTUGUÊS: Enganei-me!
INGLÊS: Jerk!
ITALIANO: Perché non parlate voi italiano?
INGLÊS: What a playground! I can’t work like this!
ESPANHOL: Qué pasa? No tienes ganas de trabajar, pesaroso?
INGLÊS: I’m tired of this. I quit!
ESPANHOL: Y quién va a trabajar? Mi padre?
INGLÊS: What a bunch of idiots!
ITALIANO: Ma che cosa fanno? Parlate italiano, per favore!
PORTUGUÊS: Eu falo italiano.
ITALIANO: É vero?
PORTUGUÊS: Não! Enganei-me outra vez!
ESPANHOL: Quién habla español?
FRANCÊS: Je parle seulement français.
ALEMÂO: Hallo! Wie geht’s?
ITALIANO: Che cosa strana! Nessuno parla lo stesso idioma.
ESPANHOL: Entonces cómo nos vamos a entender?
INGLÊS: We don’t!
ITALIANO: Ma teniamo che finire questa opera.
PORTUGUÊS: Porquê?
ESPANHOL: Sí, Porqué?
FRANCÊS: Oui, porquoi?
INGLÊS: Yeah, why is that?
ALEMÃO: Hallo! Wie geht’s?

E assim ficou a obra por concluir. Moral da história: Não te metas com Deus, ou ele ensina-te línguas estrangeiras.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Rui, Rui...

Pois é! O Rui Costa voltou ao Benfica e o Petit manteve-se por lá. Isto é mau! Já viram o que será um gajo ter um trabalho dos diabos para conseguir dar um pontapé sem nexo na bola (quando não é numa tíbia) e vir outro idiota, logo a seguir, pôr a bola junto à relva, para sair a jogar? Não venha brincar com o esforço dos outros, senhor Rui!