quarta-feira, outubro 13, 2004

Que ser abjecto!!!

A larva da mosca é, na minha inexperiente opinião, um ser interessante. Admito que as pessoas achem que é pouco higiénica, demasiado viscosa ou até, inexplicavelmente, repugnante. Mas pelo menos não é tão repugnante quanto certas pessoas. É? Mas é definitivamente menos repugnante que um “marchant d’art” (Para quem não sabe o que é um “marchant d’art”, é aquela profissão em que se passa vinte e quatro horas por dia a coçar os tomates e a grunhir pensando que se é importante.). Para ser sincero eu acho a larva um bicho bem querido. Tem a grande virtude de não dizer, a cada minuto que passa, quantidades industriais de merda. Tem, depois, outro talento que, no complicado mundo das larvas, é muito útil que é a alfabetização: poucas são as larvas que, actualmente, não sabem conjugar um verbo. A larva é ainda dos seres mais heterossexuais que existe: pelo menos nunca vi nenhuma com cuecas de fio dental da Chanel ou a saltar, pé ante pé, de pedrinha em pedrinha, para ir à casa de banho sem se sujar de terra. E depois, tem um grande futuro à sua frente: a vida de mosca, vida essa que, apesar de tudo o que se possa pensar, não é uma vida de merda...