quinta-feira, janeiro 19, 2006

Acidente doméstico

Queria hoje, em acesa discussão com o leitor inconformado, descobrir o seguinte: como é que se parte uma perna a um peixe-agulha? Sei que a questão já foi abordada por pessoas que estudaram realmente para isso, mas sempre foi algo que me intrigou. Quer dizer, sempre também não. Há uns tempos que me intriga. Vá lá, há doze minutos. Isto é, há treze. Treze e vinte e três segundos. Vinte e quatro…vinte cinco… Enfim, o que me traz mesmo aqui hoje, além de mim mesmo, que sempre vou onde eu próprio me quero levar, é o apelo feito por aqueles anúncios televisivos em que se incita a que a mulher não fique calada perante a violência doméstica de que é vítima. Antes de explicar o que se passou comigo, gostaria de dizer que esse tipo de reclame, bem como os reclames a anti-piréticos e, enfim, todos aqueles em que se vir alguém a queixar-se de alguma coisa, executando um esgar de dor estúpido como a mulher do Trifene 200, são coisas de mariquinhas. Melhor, são coisas de mariquinhas pé-de-salsa. Bom, andava eu em azafamadas mudanças em minha casa quando, devido à característica que melhor define o meu talento para a lide doméstica, a aselhice, o microondas me escapou dos dedos, indo esborrachar-se no chão da cozinha, não sem antes me levar metade da canela à frente. Como sou másculo e forte, soltei apenas um gemido. Como repararam, certamente, até aqui usei já duas vezes a palavra “doméstica”. Não acredito que isso seja sintoma de indefinição sexual, mas, pelo sim pelo não, já despi o “maillot” e tirei a bandolete. Voltando à minha história épica, pouco depois, fui tratar do dói-dói e reparei que se começara a formar uma nódoa negra. Ou seria um hematoma? Pronto, aquilo que eu queria perguntar, uma vez que há muito tempo que não vejo esse tipo de anúncios, era o seguinte: qual é mesmo o número para as vítimas de violência electrodoméstica?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O número é o 112. É ligar e perguntar pela Maria e informar do acidente em questão. Ela irá telefonar imediatamente para si e propor-lhe uma massagem sensual para aliviar a dor do acidente. Poderão combinar à hora de saída dela, que se não me engano é por volta das 22h. Depois poderão tratar de assuntos "domésticos" no conforto do seu lar, não esquecendo, claro, de reportar a ocorrência à companhia de seguros, enquanto a Maria "segura" em si de forma... sensual. De resto se for mais virado para outro tipo de situações, pode sempre ligar e perguntar pelo Negão...

11:14 da manhã  

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