segunda-feira, maio 02, 2005

Mães e mulheres

Ora bem, para quem não sabe, ou para quem se esqueceu por ser extraordinariamente ingrato (ou simplesmente porque é distraído), ontem foi dia da mãe! Muito injustamente, na minha sábia opinião, este dia não é assinalado com um feriado nacional. Se bem que ontem também era domingo e isso não fosse muito importante. Enfim, queria aqui dar os meus parabéns a todas as mães do mundo, especialmente àquelas que não tiveram filhos como o Toy. Aliás, queria mesmo aproveitar para dar os parabéns a essas mães e para desejar às outras melhor sorte na próxima tentativa. Fora de brincadeiras, ser-se mãe deve ser das coisas mais fantásticas da vida. É isso e um gelado de baunilha pulvilhado com nozes caramelizadas depois da refeição. Eu, apesar de infelizmente não ter essa possibilidade, basicamente porque não sou mulher nem filho do Nené, gostaria de saber que sentimento sumptuoso é esse que faz com que esse seja, para muitas mulheres, o momento máximo da sua vida. Não é que esteja com ideias de experimentar (portanto, todos os que esboçaram um sorriso de orelha a orelha e pensaram “Foda-se, mais um paneleiro que quer virar mulher”, tirem o cavalinho da chuva), mas gostava que me explicassem que tipo de sensação é essa. Não sou propriamente um céptico, mas duvido sinceramente que seja melhor que festejar uma vitória do Glorioso com um golo do Mantorras já no final do jogo. Outra coisa, as mulheres, na sua grande maioria, afirmam que são mais fortes que os homens e uma das razões que apresentam é suportada pelo incontornável facto de que foi a elas e não aos homens que Deus incumbiu de dar à luz, coisa que, segundo elas, é excepcionalmente dolorosa e que nenhum homem conseguiria suportar. Eu sou um bocado suspeito, pois sou homem, mas não poderá ser porque os homens não têm útero? E depois, minhas amigas, doloroso é resistir às amigas interessantes da nossa mulher só porque ela tem a estúpida mania que tanto o homem como a mulher têm que se manter fiéis à ultrapassadíssima lei da monogamia. Aliás, as duas coisas mais dolorosas para um homem são essa e encontrar alguma coisa na mala de uma mulher. Duvido muito que haja algum homem que já tenha experimentado procurar o pacote dos lenços de papel na mala da sua namorada e que não tenha ficado com gravíssimos traumas (até há aí agora uma nova teoria em que se diz mesmo que o Jack, o Estripador, era um tipo absolutamente normal até ao dia em que a mulher o mandou procurar o baton do cieiro na sua mala.). É que elas têm tudo o que é possível e mesmo o que não é possível lá dentro. Se algum dia se perderem no meio da selva mais a vossa namorada, não hesitem em pedir-lhe para tirar da mala o mais recente sistema de GPS. E mais, se algum dia estiverem com fome e, estupidamente, todos os restaurantes estiverem fechados, basta pedirem para elas tirarem da mala uma frigideira, um bife e, caso estejam mesmo esfomeados, um ovo já estrelado e um tupperware com esparguete. E isto é de tal forma verdade que todas as companhias de telefones móveis andam a tentar aproximar os seus produtos de uma vulgar mala de mulher – daí os telemóveis estarem cada vez mais amaricados e com cada vez mais utilidades sem utilidade nenhuma. Mas pronto, estes verdadeiros bunkers que são as malas das mulheres até podem ser bem úteis. Vou dar um exemplo. Bin Laden. Onde é que acham que ele se escondeu este tempo todo? É mais que óbvio. E isto é outra coisa que me preocupa. Já repararam que enquanto os homens são revistados à entrada dos estádios, as mulheres entram à vontade? Como é que alguém que tem a habilidade de concentrar tanta coisa inútil numa pequena mala pode entrar sem ser revistada? É quase como oferecer de prenda de anos a um palestiniano um carro armadilhado. Bom, comecei por falar em mães e acabei em mulheres, o que prova não só a excelente linha de raciocínio que possuo, como também a inevitabilidade de tudo isto. É que falar de mulheres é, logicamente, falar de mães, uma vez que foi para isso e para fazer compras a toda a hora que elas foram feitas. Já os homens têm afazeres bem mais complicados, como deslocações de trabalho a Bragança ou disputas importantíssimas de futsal com os colegas de trabalho.