O projecto dele...
Bom, é costume expressar aqui o meu descontentamento ou a minha irritação para com o mundo ou para com alguma situação particular. Porém, hoje venho aqui expressar esse peculiar sentimento, já sentido por todos nós pelo menos uma vez, que se tem quando se pisa... como hei-de explicar... aquela coisa viscosa, que exala um odor deveras repugnante, que um qualquer cachorrito fez o favor de deixar no passeio. Se bem que assim pareça, não venho falar de merda, mas de política. Muitos de vocês dirão: “Olha, olha! Então e não é a mesma trampa, ó imbecil?” E eu respondo: “Sim, mas e que tal se me deixassem acabar?” Enfim, estava eu a dizer que ia falar de merda. Ah, não! Era de política, é isso. Nada de confundir conceitos. É que esse é um dos males da nossa sociedade: todos confundem alhos com bugalhos (o que quer que seja um bugalho). E se começamos a confundir política com merda, não saímos daqui nós, nem sai o país do buraco onde está. Bom, com esta, são 4 as vezes que mencionei a palavra “merda” neste post, o que para um blog declaradamente contra palavrões e obscenidades (basta olhar para a candura do seu nome), é demasiado. Felizmente, não usei ainda tanto a palavra “política” como a palavra “merda”. Se assim fosse, era preocupante. Para evitar, a partir de agora, o emprego de tais vocábulos, por provocarem, tanto um como outro, uma sensação de náusea no leitor, designarei ambos por “religião”, que é um termo neutro e sem conotações a nenhuma das outras palavras. Contudo, como também não voltarei a usar esse tipo de léxico, todo o preâmbulo anterior foi desnecessário. Do que eu queria mesmo falar era da campanha de Manuel Maria Carrilho para a Câmara de Lisboa. Eu sei que disse que não voltaria a falar em merda, mas o que tem de ser tem de ser. Antes de mais, queria dizer uma pequena palavrinha à esposa do senhor em questão: “lentes de contacto”. Depois, a propósito deste polémico assunto, queria ainda acrescentar que mais feio que a saga televisiva da Praça da Alegria é a heterossexualidade por conveniência. Pronto, posto isto, gostaria de lembrar que uma das promessas do PS na campanha eleitoral anterior, que venceu com toda a distinção e sem ela, foi rejeitar a tradição máscula de culpar o governo anterior de todos os problemas que lhe apareciam pela frente, usada provavelmente desde que o mundo é mundo, e assumir as responsabilidades dos seus actos, como fazem as pessoas crescidas. Ora, parece que o senhor Manuel Maria Carrilho tem, além de problemas de identidade (pois tem dois nomes próprios e, mais grave, um masculino e um feminino), um pequenino problema de memória. Não é que o seu slogan é qualquer coisa do género:
“Projectos com princípio, meio e FIM.”
O ênfase é meu, mas será que sou o único a notar aqui uma provocação feroz e, diria eu, infantil, ao insigne trabalho do anterior autarca? Parece até que já estou a ver, reagindo a isto, a resposta do Santana, bem semelhante às célebres indirectas da campanha eleitoral:
“Posso até deixar tudo a meio e só ter cabelo das orelhas para baixo e tal, mas pelo menos faço xixi de pé!”
“Projectos com princípio, meio e FIM.”
O ênfase é meu, mas será que sou o único a notar aqui uma provocação feroz e, diria eu, infantil, ao insigne trabalho do anterior autarca? Parece até que já estou a ver, reagindo a isto, a resposta do Santana, bem semelhante às célebres indirectas da campanha eleitoral:
“Posso até deixar tudo a meio e só ter cabelo das orelhas para baixo e tal, mas pelo menos faço xixi de pé!”
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